22/08/2013

O fim de uma Era

Os anos 2000 acabaram para a música brasileira. Em ruínas. Algo prenunciado desde as primeiras rachaduras que surgiram logo após a farra eleitoral de 2010.

Pra ser mais exato, no ano seguinte, quando aconteceu o cisma na antes onipresente Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes), a entidade se esfacelaria definitivamente meses depois.

Hoje, depois do novo episódio envolvendo o outro pilar da palafita indie estatal, a rede Fora do Eixo, a coisa parece que foi pra conta mesmo.

A série de denúncias iniciada após a participação do Pablo Capilé no programa Roda Viva se desdobrou em situações impensáveis há uns anos, como a de produtores outrora tão fraternais e alinhados, trocando insultos ou batendo boca em redes sociais. É a hora que ninguém aparece pra assumir a paternidade dos rumos trilhados.

Já tem um tempinho que publiquei um post sobre o que aconteceu no rock nacional durante a Era Indie Estatal.

Pois então, aquele post rendeu algumas mensagens malcriadas, e-mails boca-suja, etc. Tudo porque o título citava a morte do rock brasileiro. Ora, quem leu corretamente o que escrevi, entendeu o que foi dito. Entretanto, mesmo ali, eu apontei claramente que a causa mortis não era a falta de matéria-prima, mas a distribuição tendenciosa de artistas nesse circuito viciado de festivais que deitou e rolou durante uma década nos editais, sem entregar contrapartida social ou cultural alguma.

E foi justamente pra mostrar o outro lado dessa história, ou seja, o das bandas diferenciadas que se perderam em meio ao caldeirão dos apadrinhados, que resolvi reunir algumas delas na coletânea Nâguetz, 30 faixas ao todo.

Descubra ou relembre alguns dos hits produzidos pelo rock brasileiro na última década e que você talvez desconheça. Fique com o volume 1.


R64 Nâguetz 2000-2010 (BAIXE AQUI)

1. Eek (AL) – Contando as horas
2. Charme Chulo (PR) – Mazzaropi Incriminado
3. Prot(o) (DF) – Encarando a face do mal
4. Terminal Guadalupe (PR) – Romance Juvenil Operário
5. Lucy and the Popsonics (DF) – Coração Empacotado
6. Gonorants (DF) – Espelho dos outros
7. The Feitos (RJ) – Disco do Roberto
8. Selvagens à Procura de Lei (CE) – Mucambo Cafundó
9. Los Porongas (AC) – Lego de palavras
10. Superguidis (RS) – Não fosse o bom humor
11. Superquadra (DF) – Atlântico
12. Johnny Monster (SP) – Saudade
13. The Pro (DF) – Ana
14. Kafka Show (SP) – Em paz
15. Sociedade Bico de Luz (RS) – A musa do T2

5 comentários:

  1. Pelos títulos das músicas, parece coletânea de música brega, feita para povão estivador. Que saudade dos anos 80! Volta Renato Russo, volta para nos salvar dessa mediocridade!

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    Respostas
    1. Pq ao invés de ficar especulando em cima dos títulos das músicas, vc não vai ouvi-las? Lá em cima tem o link pro podcast. De grátis, ó só.

      Bom lembrar que o Renato Russo, por exemplo, sempre ouviu bandas novas, sabia disso? E detestava essa história de "na minha época isso ou aquilo". Curioso, não?

      Agora, o tempo é assim mesmo, não volta. Imagina o pesadelo que seria acordar em 1986, com inflação nas alturas, discos custando o mesmo que um tênis bom e, ainda por cima, não ter internet pra poder comentar besteira nos blogs da vida? #FicaAdica

      Valeu pela presença.

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    2. E o Renato Russo so usava camisetas de bandas novas. Assim apareceu o Pato Fu.
      Renato Russo odiava coisa de exaltar o passado, odiava Cuba e era Super Gay estilo Lady Gaga!
      Para vc ver que certas coisas os Renaltetes acabaram não adquirindo, ne?
      hahaha

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    3. Até hoje rola essa galera que tem banda e fica com inveja das bandas que aparecem? Putz...

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  2. Renato, mesmo sem estatal.... sem mtv... sem rádios a fins de colaborar....
    O underground continua fervendo!! Ferve em Brasilia, São Paulo, Rio, MG, Curitiba, P.Alegre e em todo esse Brasil de meu Deus.. (rsrsr plágio) E o que mais me anima é que falo de rock pesado de qualidade. Se vc precisar de uma lista imensa de bandas autorais que cantam em português pra divulgar neste belo blog, posso tentar ajudar começando com duas Mega bandas aí de DF: TOTEM e BRAZILIAN BLUES BAND... seguindo esse Brazilzão tem CARRO BOMBA, UGANGA, OS BULTICOS, BANDA PONTO 50, SILLVERADO ROCK BLUES, ZERODOZE, MUQUETA NA OREIA, SACO DE RATOS, BEBADOS HABILIDOSOS, ALARDE, AGUA PESADA, PROJETO CAIXA PRETA, DON CAPONE, INKAKTUS PROLE, BANDA KALI, FACÇÃO CAIPIRA, ABSINTO MUITO, LEOPOLDO & VALERIA, MADAME SAATAN, MOTOROCKER, CONCRETO, EGISTO DAL SANTO, FABRICA DE ANIMAIS, MATTILHA, SANTA MORTE, TUBLUES e etc... etc... etc... A lingua portguesa acabou sendo (e ainda é) muito contestada para se fazer rock. TE GARANTO que as bandas desta lista me fizeram mudar de opinião. Olha aí o rock underground brasileiro cheio de novidades.

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Valeu pela participação.

Renato Nunes

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