Dia desses me deparei com uma postagem do Festival Goiânia
Noise com uma foto de uma das bandas participantes e cuja legenda se encerrava
com a seguinte frase: “E estes malucos estarão no 19º Goiânia Noise”. Malucos?
Olhei novamente pra foto posada, integrantes com óculos Ray-ban, rostos
maquiados para tirar o brilho do suor e olhando para o infinito com ar
filosofal. Nada anormal, fronteiriço ou que remetesse a alguma modalidade de
loucura.
Entretanto, depois de rir um pouco da forçada de barra,
comecei a lembrar dos loucos de verdade que já deram o ar de sua graça no
universo do rock’n’roll e da música pop. E não foram poucos. Decidi então,
compartilhar com vocês e dedicar essa nova edição do Meia Dúzia aos loucos,
geniais ou não, que marcaram, de alguma forma, o mainstream ou o underground
do rock. Confira aí, maluco.
Keith Moon |
1. Keith Moon (The Who) – Sua grande
proeza foi quase ter causado uma surdez completa no seu companheiro de banda,
Pete Townshend. Moon simplesmente explodiu sua bateria em um show sem ao menos
avisar aos próprios colegas. Por sorte, ninguém se feriu com mais gravidade com
o surto do doidão, que também gostava de vestir uniformes nazistas pra circular
em bairros judeus.
Lou Reed |
2. Lou Reed (Velvet Underground) –
Recentemente falecido, devido ao que um colega meu batizou de overdose técnica,
o velho Lou não teve moleza na vida. Logo na adolescência e pelas mãos dos
próprios pais, foi submetido a várias sessões de eletrochoque para curar sua
suposta homossexualidade. Adulto, gravou um disco em 1975 só com barulhos
desconexos, obra que faz a Revolution 9 de John Lennon parecer cantiga de roda.
3. Arnaldo Baptista (Os
Mutantes) – “Louco é quem me diz”. Sei. O genial líder dos Mutantes é também um
dos artistas mais perturbados da história. Depois de uma tentativa frustrada de
suicídio, retornou ao mundo dos vivos com uma inusitada compulsão por óvnis (objetos
voadores não identificados), trocadilhos e desenhos com lápis de cor. Gravou,
ainda debilitado, um controverso disco chamado Disco Voador.
Arnaldo Baptista |
4. G.G. Allin – O finado coprófago
que tomava drogas como se fosse suco de caju tinha uma performance única, que
incluía espancamento de alguém da plateia, chuva de fezes no público, introdução
anal de microfone e incêndio do palco. Prometia dar cabo da vida em um suicídio que seria cometido durante um show,
mas acabou batendo as botas por overdose antes do sonhado grand finale.
Tim Maia |
5. Tim Maia – Se houvesse uma frase
pra definir a vida do síndico, seria: Pé na jaca o tempo todo. Tudo era
exagerado. Os litros de birita, os quilos de cocaína ou os 12 sonhos de padaria
que costumava comer enquanto assistia TV. Sem planejamento, quase conseguiu o
que GG Allin sonhara, morrer no palco. Foi durante um show que começou a se
sentir os primeiros sinais do ataque cardíaco que o vitimaria fatalmente.
Brian Wilson |
6. Brian
Wilson (Beach Boys) – O campeão dos campeões. De todos da lista, o gênio
das harmonias é o único que pode dar carteirada de louco. Esquizofrênico de
berço, acabou turbinando seu transtorno com bastante LSD durante os anos 1960,
algo que proporcionou uma joia da música pop como o Pet Sounds, mas que também
o levou para o hospício. Há uma história que diz que certa vez, Wilson se
juntou ao Alice Cooper e Lou Reed numa bebedeira que terminou em sua casa, onde
ele os colocou para cantar músicas infantis enquanto os regia. Vale dizer que
os dois saíram de lá assustadíssimos....
Faltou o Syd Barrett que já não erá muito normal e pirou muito com as toneladas de ácidos. Grande abraço.
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