Tão polêmico quanto os vídeo do
Guri e Os Mamilos, depois de longas e intermináveis conversas com músicos
amigos meus, produtores e apreciadores do rock brasiliense, restou uma
conclusão quase definitiva: o dito cujo ritmo com guitarras do cerrado envelheceu.
Talvez seja aquela máxima de que
os tempos são outros, e que na minha época e todo blábláblá exposto pelos
figurões do rock candango de outrora. Acabou toda e qualquer vontade de montar
banda, de fazer letras de protesto e etc. Essa gurizada leite-com-pêra hoje,
quer saber de reclamar muito no twitter e nada mais.
Os poetas/músicos contemporâneos
não tem mais aquela coisa de expressar seus pensamentos de uma maneira pessoal
e encontrar as reverberações, bem como um texto como uma segunda parte da obra
musical. Não entram num ‘tom’, nem se encaixam com os acordes e a rítmica. Não
há originalidade em suas obras.
Em momentos de nostalgia
relembrando Rumbora, Sentupé, Escola de Escândalo, Codorninhas dentre outras do
cenário oitentista e noventista, é muito comum que todas essas figuras listadas
no primeiro paragrafo compartilhem da ideia de que o rock de Brasília anda meio
morno e/ou quase cru. Salva uma ou outra
coisa que se pode recomendar para fora do quadradinho no meio do Goiás. Nos
idos tempos de cidade do interior, os K7´s enviados por amigos da capital
federal sempre deixaram a marca de “o rock gaúcho é bom, mais o de Brasília é
excelente!”.
Contudo, entendo que a música é
uma arte e, como tal, não consigo concebê-la na forma como é feita
modernamente, com visuais exagerados e forjados, músicas de composição
terceirizada e milhões de dólares em muito, muito marketing que acaba por
convencer qualquer um que determinado lixo é cool! E daí nasce um hit, nasce um
ídolo e até um mito.
É. Soa estranho dizer isso. Cada
geração teve seu ritmo marcante (rock, lambada, tango, dance, etc.), mas só
porque sua adolescência passou e seus ídolos pararam de produzir, não quer
dizer que toda aquela cultura se perdeu no vento e que os filhos de Brasília não
tenham influenciado novos talentos capazes de produzir material de qualidade. Resta
saber: Aonde estão nossas grandes boas
bandas e suas grandes ideias de outrora? No próximo mês quem sabe, tudo isso
acabe e eu já tenha me esquecido de vez?
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Renato Nunes