No último domingo, recebi com tristeza a notícia do fim daquela que foi pra mim a melhor banda brasileira dos últimos 15 anos.
Hoje foi o último show do Zumbi do Mato. Pelo menos, o último show dessa formação e o último show comigo. E foi muito legal. Parece verdadeiramente que o Garage Art Cult se materializou no Odisséia. Já tinha percebido isso da plateia, mas ver do palco é outra coisa.
A gente guardou a surpresa pro final, pra dar aquele efeito de Sexto Sentido (o filme) em que uma última informação ressignifica tudo que já estava guardado na memória de um jeito.
E também pra ser o contrário de uma autopromoção usando o término como mote.
A plateia foi incrível. Quero agradecer a todos que foram, às outras bandas, e principalmente ao Fabio Costa, cuja memória permitiu essa reunião emocionante.
Agora, seguimos nossos caminhos. Gustavo Jobim e eu temos nossos trabalhos solo, Sandro Rodrigues e eu temos o Digital Ameríndio, e tem ainda o Padaria Sinistra, com muita fornada boa por aí :)
Löis Lancaster
Zumbi do Mato foi um pé na porta, o caos, a anarquia, a subversão autoral. A perfeita personificação do não-pop, da não-estética. Seus discos recebiam títulos sensacionais. E suas letras absurdamente geniais, imortalizaram versos que são verdadeiros tesouros da música brasileira.
Vai chupar cocô
pra ver disco voador
Hecatombe intestinal
Boi zebu é maioral
Confesso que há anos perdi a inocência para ter ídolos na cultura pop. E a única banda com quem ainda tinha uma relação de fã era justamente o Zumbi do Mato. Tenho certeza de que os poucos e seletos fãs da banda também estão com esse sentimento de perda.
Game over. Acabou. A enfadonha música brasileira está ainda mais careta e previsível desde que o vocalista Löis Lancaster anunciou em seu Facebook que o sonho chegou ao fim.
Menorme (1997), Pesadelo na Discoteca (2000), Adorei a Mesinha (2005) e Toma Figurão (2008) formam a preciosa discografia daquela que, no fim das contas, foi a única banda dos últimos anos que realmente importou. Obrigado pelos momentos de alegria, Zumbi do Mato.
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Renato Nunes