Como falei na semana passada, escreverei a respeito de algumas bandas da cena pós-punk que influenciou muuuuuito a cena brasiliense dos anos 1980. Vou começar com a que, pra mim, melhor representa esse momento:
John Lydon (ou Johnny Rotten; vocalista) – Ex-vocalista do Sex Pistols que dispensa apresentações.
Keith Levene (guitarrista) – Foi roadie do Yes, tocou no Clash logo no começo da banda e tocou numa banda chamada Flowers of Romance que tinha em sua formação Johnny Rotten e Sid Vicious. Fã de reggae, também trabalhou com outras bandas desconhecidas e produziu outras.
Jah Wobble (baixista) – Velho amigo de John Lydon é um baixista de primeira, chegou a tocar numa banda chamada Can, e foi colaborador de Sinéad O’Connor e Primal Scream. Já lançou vários discos solos.
Jim Walker – Tocou numa banda chamada Furies, estudou Jazz/Fusion na Berklee School, entrou para o Pil respondendo a um anúncio de jornal e no final dos anos 70 largou a música e se transformou em dublador de personagens de video game (?!?!?).
Essa é uma rápida biografia dos integrantes originais do Public Image Limited (ou Pil). Foram muitos os que passaram pela banda de 1978 a 1993, por isso fico nos originais.
O Pil foi formado por Lydon logo após ele ter saído do Sex Pistols em 1978. Cansado das falcatruas do empresário Malcolm McLaren, Johnny Rotten, ainda no EUA em turnê com o Pistols (mal sucedida por sinal), abandonou a banda e voltou para Londres já com outros projetos em mente.
O som calcado no experimentalismo e andamento mais lento e com base no baixo trouxe, sem exageros, um novo caminho para o rock em termos de possibilidades, timbres, postura, etc...
Os primeiros discos ajudaram a pontuar o que viria a se tornar o pós-punk e a sonoridade da banda é o oposto do que era o Sex Pistols. Essa primeira formação não durou muito tempo. Alguns críticos gosta(va)m de definir o som deles como minimalista, mas na verdade é impossível dar uma definição para a sonoridade do Pil, principalmente nos quatro primeiros discos.
Depois de 1984 o Pil, mesmo ainda trabalhando em sonoridades esquisitas, já começou a fazer um som mais acessível. No disco de 1980, The Flowers of Romance, apenas Lydon e Levene sobraram da formação original, mesmo assim mantiveram as ótimas bizarrices da banda.
O último respiro do bom e velho Pil foi o disco Live in Tokyo. Depois dele, sobrou apenas Lydon da formação original. Eu ainda gosto muito do disco de 1984 This is What You Want... mas depois disso o Pil não era mais o Pil, se é que você me entende. Os últimos três discos infelizmente devo dizer aqui que não valem a audição, são realmente muito ruins.
Em 1985 John Lydon fez algo ousado: formou um super grupo para gravar o próximo disco (o de maior sucesso comercial da banda). Entre os chamados, olha só: Steve Vai na guitarra; Ginger Baker na bateria; Bill Laswell que produziu e tocou baixo. Discaço, porém distante da proposta inicial do Pil. Se você comprasse a fita, o disco se chamava Cassette, se você comprasse o vinil o disco se chamava Album, quando foi lançado em CD e se chamava Compact Disc. Coisas de John Lydon....
Em 1987 a banda veio ao Brasil. Claro que fui ao show, sem dúvida uma das grandes decepções que tive, pois foi um show bem chato que empolgou no começo e caiu muito depois de 15 minutos.
Sugiro ir ao You Tube, pois lá há ótimos momentos da banda, incluindo entrevistas.
Quero terminar dizendo que, se você gosta de Punk Rock (e consequentemente tudo que veio após ele) e quer formar uma banda, ouvir Pil é fundamental! Se você não conhece Pil, não conte a ninguém e vá atrás de pelo menos os quatro primeiros discos.
John Lydon fica aí as voltas com o Pistols, mas bem que poderia fazer uma turnêzinha com o velho Pil...
Na próxima terça volto com mais uma grande banda. (PM)
Discografia (aqui não coloquei as coletâneas):
Public Image (1978)
Metal Box (1979)
Second Edition (1980) – é o Metal Box lançado nos USA
Paris au Printemps (Live) (1980)
The Flowers of Romance (1981)
Live in Tokyo (1983)
This Is What You Want… This Is What You Get (1984)
Album/Compact Disc/Cassette (1985)
Happy? (1987)
9 (1989)
That What Is Not (1992)
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