O Little Quail and the Mad Birds fez seu último show em 1996, no Teatro Garagem superlotado. Eu me lembro que tive que entrar pela janela do banheiro da academia do Sesc, já que a lotação já havia ultrapassado, e muito, o que se supunha caber naquele lugar. Mas, como o Little Quail foi uma banda que vi fazer o primeiro ensaio, eu não poderia jamais deixar de assistir à sua despedida.
Depois da separação, os pássaros loucos seguiram caminhos bem distintos. O Gabriel após rápida passagem pela banda carioca Acabou La Tequila, lançou logo em 1997 os seus Autoramas. Banda que trazia a estilosa baixista Simone do Valle (ex-integrante da banda Dash) e o baterista Nervoso (ex-Beach Lizard, banda que já tocara com o Little Quail em Brasília, em um famoso show no Bronx nos anos 90, onde o Bacalhau improvisou um longo solo de bateria durante uma falta de energia). O Bacalhau foi estudar bateria e o Zé Ovo se tornou roadie em São Paulo.
Em 2004, existia um site de rock por aqui chamado Alucináticos, era uma revista virtual que tinha o excelente Bruno Cavalcanti como principal resenhista. Foi esse site que conseguiu um improvável revival do LQ naquele ano. Improvável porque àquela altura, o Bacalhau já era baterista do Ultraje à Rigor, o Zé Ovo um técnico/roadie/fotógrafo/motorista de agenda lotada em São Paulo e o Autoramas do Gabriel já era a maior banda independente do Brasil.
Mas, o improvável aconteceu e o Little Quail fez um show ainda maior e mais lotado do que o da despedida oficial, como se o número de fãs só tivesse aumentado após seu fim. O sucesso foi tão grande que houve um começo de boataria na net sobre uma possível turnê dos Codornas. Na ocasião foi lançada a coletânea virtual Paga-Pau, Tributo ao Little Quail, onde bandas independentes do Brasil renderam uma merecida homenagem à banda underground mais mainstream que o país já teve. No vídeo, um pouco do que foi o evento e abaixo, a coletânea tributo para download.
Pagapau – Tributo ao Little Quail (2004, lançado originalmente pelo site Alucináticos)
01. Superego Elvis – A Alegria está contagiando o meu coração
02. ASKeS – Mamma Mia
03. Los Canos – Azarar na W3
04. Capotones – Cigarette
05. The Feitos – Composição de Sucesso
06. Os Queras do Ieieiê – Galera do Fundão
07. Julio Igrejas – Essa Menina
08. Diego Medina & Kassim – Pump up the Bird
09. Loki Pimenta – Silly Billy
10. Super Stereo Surf – Stock Car
BAIXE AQUI
Se o debut do Litle Birds And The Mad Quail,tivesse saído primeiro que o debut dos Raimundos,os Codornas é que teriam estourado nacionalmente!Será que foi lançado depois mesmo? Nem me lembro direito!
ResponderExcluirSaiu depois sim, no mesmo ano, mas depois.
ResponderExcluirPara ser mais exato, a primeira despedida do LQ&MB foi no dia 03 de outubro. Tem a reprodução do flyer no livro "Esfolando Ouvidos" e a minha banda na época, o Nocautekoice fez o show de abertura. As paredes do SESC Garagem literalmente suavam e estava difícil para respirar. Ainda teve uma outra despedida no Rio de Janeiro antes dessa de 2004. Era pra esta última apresentação em Brasília virar um DVD, mas até agora só saiu um CD de raridades pela laja records e que tem um faixa multimídia com vídeos. A codorninha podia dar um voada por aqui mais umas vezes... Acho improvável que o LQ&MB fizesse mais sucesso que o Raimundos só por lançar um disco primeiro.
ResponderExcluirEu acho que faria,porque o som do Litlle Quail,era mais 'acessível no bom sentido'e iria aproveitar todo aquele 'hype' da mídia na época,pelo fato dos carinhas dos Titãs serem os donos do selo,e por ser o primeiro disco lançado pelo selo,se bem que eu também não me lembro se seria o primeiro lançamento deles,ou se eles lançaram primeiro o Mundo Livre,minha memória tá meio corroída pelos excessos,sorry!
ResponderExcluirRodrigo, entendo seu ponto de vista, mas concordo com o Evandro, por uma razão simples. Naquele momento, o rock nacional ressurgia na grande mídia com o apelo da mistura entre rock e ritmos brasileiros. E não foi por acaso, o momento era esse. Em 1993, o Sepultura mostrou suas primeiras experimentações tribais, a cena de Recife despontava com o Manguebeat do Mundo Livre S/A e do Chico Science e Nação Zumbi e no Rio de Janeiro, o Planet Hemp fundia o Rage Against the Machine com o samba de breque. Nada mais natural que nesse contexto o forró-core do Raimundos tenha tido mais visibilidade que o rock mais puro que o Little Quail fazia.
ResponderExcluirContinue opinando, meu chapa!
Abs
Não acho o Little Quail "a banda underground mais mainstream que o país já teve". Se fosse "que Brasília já teve" até faria mais sentido.
ResponderExcluirMesmo com toda boa vontade, achei bem irregular o tributo.
Abs
Luciano Branco
Luciano, se vc conversar com o pessoal do interior paulista envolvido com bandas ou produção independente, é possível que vc leve um susto quando percerber o quanto o Little Quail foi e ainda é a banda mais influente por ali. O rock naquela região pode ser dividido entre antes e depois das codornas brasilienses.
ResponderExcluirJunte isso ao fato do Gabriel ter sido o autor do primeiro grande sucesso nacional do Raimundos, I saw you saying. É por isso que considero a banda underground brasileira mais mainstream que já existiu. No entanto, se eu estiver me esquecendo de outra banda que tenha legado ou trajetória tão marcante, é só vc dar uma ajuda e lembrar aí, porque eu não me recordo de outra.
Ah sim, eu considero o Ratos de Porão como Mainstream.
ResponderExcluirSó falei por que nunca achei o Litle Quail do mainstream e acho que o mainstream realmente não era para a banda. Hoje e dia devem ter muitas pessoas que não sabem que foi o “Gabriel do Autoramas” que compôs “I saw you saying”. Desde os tempos que colaborava com uns Zines país a fora eu tive conhecimento sobre a forte cena do interior paulista com bandas como No Class (Campinas), Concretness (Sta. Bárbara do Oeste), Happy Cow (Piracicaba), Lucrezia Borgia (Sumaré), Motormama (Ribeirão Preto) entre outras que sempre foram bem puxadas para o Indie rock a lá Pelvs, Cigarettes, Snooze, Killing Chainsaw, brincando de deus, a grande Second Come. Mas o que digo é que dentro do underground o Litlle Quail sempre teve – merecidamente -, muito prestigio, mas fora eles não obtiveram muito êxito (tem aquele caso do festival que eles não se apresentaram por conta de um atraso do Zé Ovo). Falando só de Brasília, eu acho que a mais conhecida das desconhecidas foi o Finis Africae (pelo hit mainstream “Armadiha”), contra “1,2,3,4” do Little Quail (que foi hit underground). É opinião particular minha, claro.
ResponderExcluirAbs
Luciano Branco, a procura da demo da Oz.
Verdade, o Finis botou uma música na boca do povo. Cara, ao ler o nome das bandas dos 90 que vc citou, bateu um saudosismo, hehehe.
ResponderExcluirValeu por participar, Luciano, tu aqui é sócio.
Ah, consegui a demo da Oz!
ResponderExcluirSucesso! Socializa a demo! Animo em fazer uma resenha...
ResponderExcluirTenho um material pra te passar em dvd. Digitalizei algumas VHS antigas e tem materias com as bandas daqui.
Abs
Luciano Branco
Fique tranquilo, assim que eu passar pra digital, eu publico, aí podexá que te aviso com antecedência pra vc fazer a resenha!
ResponderExcluirManda um e-mail com um endereço pra que eu possa buscar o Dvd, cara.
Abs
muito foda!
ResponderExcluirquase choerei de saudosismo.
Agora também não achei que Litle Quail tivesse potencial de mainstream. E isso era um grande barato da banda (sem sindrome de Undergroud)
E essa especulaçao em relaçao aos Raimundo pra mim também nao cabe. Além do carater regional o Raimundo tinha uma outra caracteristica que tambem era comum nas bandas que deslancharam na epoca: a ironia desbocada.
Sei que o Litlle Quail tambem tinha isso, mas não na intensidade e no apelo pop dos Raimundos.
jão