O vazio existente entre a primeira cena jovem, no início dos anos 60 e a segunda, no final dos anos 70 é explicada pelo tenso momento de repressão, da ditadura militar assassina que governou o Brasil por vinte anos. Tanto que em 1978, ano em que a lenta, gradual e segura abertura política se consolidava, nasceu o Projeto Cabeças, criado por artistas da cidade, e que envolvia shows e diversas manifestações culturais ao ar livre, acontecia no que hoje é o Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
Eclético desde o início, foi palco dos primeiros passos de gente variada, de Oswaldo Montenegro (que tinha na banda uma jovem vocalista chamada Cássia Eller) ao punk visceral do Detrito Federal, a rampa acústica do Parque da Cidade foi o grande palco independente de Brasília. Depois, foi a vez da Feira de Música do Sesc nos anos 90, por onde passaram todas as bandas relevantes daquela década.
Hoje em dia, o evento independente e de maior sucesso é, curiosamente, uma ousadia de uma banda, o Móveis Coloniais de Acaju. Por ser produzido por quem tem feeling, os músicos, o Móveis Convida (evento em que os anfitriões recebem bandas daqui e de outros estados, e que hoje tem até palco 2) é disparado a mais louvável iniciativa desde o primeiro Porão do Rock, na Concha Acústica em 1998.
Talvez nem eles mesmo tenham a dimensão da importância do evento, mas são produções assim que estimulam a formação de novas e melhores bandas, é isso que mantém pulsante a produção local. Entre todos os eventos contemporâneos, se há algum equivalente, em importância cultural ou sucesso de público, ao Cabeças ou à Feira de Música, esse evento é o Móveis Convida. A banda se apresentará no Porão do Rock 2008 juntamente com o Gabriel Thomaz (ex-Little Quail e que hoje lidera o trio carioca Autoramas) rebatizada excepcionalmente como Vai Thomaz no Acaju.
Abaixo uma matéria da Trama Virtual sobre o evento Móveis Convida.
Ta bom demais esse seu blog Renato. A história do rock do cerrado. Um abraço do Rafael" Cabeça".
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