08/09/2008

Independência ou Morte!

Depois dos booms dos anos oitenta e noventa, as bandas independentes de Brasília passaram a ser excessivamente dependentes. Foi quando a figura do produtor, que surgiu na segunda metade dos anos noventa, passou a interferir diretamente na relação entre as bandas e o público.
Em um primeiro momento, a profissionalização das produções tornou tudo mais bem-feito e como os produtores escolhiam bandas que já vinham de certa aclamação pelo público (Os Cabeloduro e os Bois de Gerião eram bandas de público grande e fiel quando assinaram com seus primeiros produtores) a falsa impressão de que tudo estava bem encaminhado ficou no ar.

Mas, o público envelhece, muda de gosto, enfim, míngua. Restou aos produtores, equivocadamente, tentar inverter sua relação vertical com o público e forçar a barra com bandas e artistas de talento ou carisma questionáveis, de cima para baixo.
Nesse cenário, perderam as bandas excluídas, por motivos óbvios, e as bandas incluídas que, acomodadas, não sentiram necessidade de evoluir em alguns pontos importantes para que se tornassem tão interessantes ao vivo como eram em estúdio, foi o que aconteceu com as excelentes Prot(o) e Suíte Super Luxo. O fato é que essa incompetência ou falta de feeling dos produtores de Brasília quase acabou com a cena local.

Digo quase, porque paralelo a tudo isso, o Móveis Coloniais de Acaju mostrou que era perfeitamente possível ser uma banda independente em todos os aspectos e ainda conseguir se tornar um sucesso, inclusive com alguma repercussão nacional. A receita? Profissionalismo.
Foi neste fim-de-década que surgiu a primeira geração de bandas realmente profissionais. Ao seguir a trilha aberta pelos Móveis e seu projeto Convida, Lafusa, Velhos e Usados, e a hardcore Lesto! se tornaram algumas das bandas que podem ostentar o título de independentes de fato.

O Lafusa fez o projeto Lafusicando. O Velhos e Usados, que pra mim é a melhor banda do Brasil na atualidade, fez um show de lançamento impecável do seu Híbrido, algo de um profissionalismo impensável há alguns anos.

Creio que finalmente, após inúmeras Terceiras Ondas que se revelaram marolas inconseqüentes, parece que o rock de Brasília caminha para recuperar seu espaço no cenário nacional.
O que, numa época em que até Cachorro Grande com sua pose coreografada soa original, não deve ser muito difícil....

Móveis Coloniais de Acaju no Som Brasil – Raul, da TV Globo.


Lafusa no 12 horas no Estúdio Trama do Canal Multishow, Net/Sky


Velhos e Usados no show de lançamento do Híbrido


2 comentários:

  1. Porra! cachorro grande é legal para caralho!

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  2. Hehehe, respeito seu gosto, cara colaboradora, mas mantenho a minha opinião.

    bjinho

    ResponderExcluir

O Rock Brasília, desde 1964 conta com sua ajuda e suas sugestões para se aperfeiçoar. Comenta aí!

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Valeu pela participação.

Renato Nunes

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