02/03/2009

R64 Brasil: Zumbi do Mato morde a mente do planeta

(post atualizado em 7/5/11)

O brasileiro costuma dizer, às vezes com orgulho, que o ano, por aqui, só começa depois do carnaval. Eu tenho uma opinião bem clara sobre o carnaval, mas como não quero melindrar leitores foliões e nem abri o post pra isso....

E o carnaval sempre me faz lembrar de uma banda que faz Rogério Skylab ou Plato Divorak parecerem Balão Mágico e que integra o seleto grupo das inclassificáveis, no melhor sentido da palavra. O Zumbi do Mato, do Rio de Janeiro.

Hoje ela até está mais domesticada do que no início, é verdade. Época das demos e do seu primeiro álbum, Menorme - onde eles chegaram ao cúmulo de incluir uma música de mais de vinte minutos chamada As Primeira Células da Vida.

Veio o segundo, o conceitual Pesadelo na Discoteca. Uma ópera psicótica sobre um cara chamado Tonho que vivenciou uma hipotética Revolução Islâmica no Brasil, pais do carnaval onde o hit do momento seria a Dança da B*c*tinha Arreganhada, como diz o refrão da música Peidão.

E quando até mesmo os (poucos, mas fiéis - e eu estou incluído aí) fãs se davam como satisfeitos por eles terem conseguido a façanha de lançar dois discos, eles ainda lançaram Adorei a Mesinha, que fechou muito bem a sua trinca de cds.

A anarquia musical do Zumbi do Mato não tem precedentes na música brasileira. É algo tão radical que muitas vezes parece uma troça com quem ouve. E pra complicar, isso acontece de fato algumas vezes. Mas na grande maioria das faixas, são os estudados instumentistas da banda subvertendo a forma de se (de)compor uma música. A interpretação genial do vocalista Lois Lancaster (que também "toca" trombone) e as sensacionais letras da banda são impossíveis de passar batido por quem quer que ouça. O Zumbi do Mato consegue ser engraçado sem ser bobo e inteligente sem ser babaca, coisa muito difícil. Quase tão difícil quanto a digestão de suas músicas por ouvidos mais habituados com música pop.

Completam o Zumbi do Mato, Zé Felipe (bx) e Gustavo Jobim (tcld), mas, volta e meia, um baterista é agregado ao combo. O último foi o Renzo, ex-DFC e hoje no Gangrena Gasosa.

A banda já reeditou interneticamente o primeiro disco, Menorme, e tem um lançamento virtual chamado Toma, Figurão (2008). Ambos podem ser baixados na íntegra no site deles.



6 comentários:

  1. O Ney Franco cantou rock???

    O Zumb1 que eu saiba nunca tocou em BSB, quando teremos essa honra?????!!

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  2. Ví o show deles no Goiânia Noise de 2005. É algo surreal, um espetáculo de demência. Exelente!

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  3. O Ney Franco se apresentou com a sua banda no programa do Galvão Bueno no Sportv. No fim rolou até um cover de Knock on the heaven's door.

    Saudações alvinegras a todos!

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  4. Ontem encontrei João Gordo na rua e ele falou super bem do Violator (é assim que escreve?). Queria saber mais sobre...

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  5. oi, aqui é da administração do zumbi do mato agradecendo pelo generoso e bacana post! colocamos um trecho dos seus comentários no nosso site! um abraço!
    www.zumbidomato.com

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  6. Zumbiiii do Matoooo! Maconha Gratís!

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Valeu pela participação.

Renato Nunes

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