09/11/2008

Reaparecendo embaixo dos arquivos

Nenhum outro músico do rock nacional rendeu tantas histórias como o líder da Legião Urbana, Renato Manfredini.
Sua personalidade iconoclasta foi decisiva para a construção do mito Renato Russo, um híbrido de Johnny Rotten, Bukowski, Oscar Wilde e Ian Curtis. Não é tão exagerado afirmar que ele tenha desempenhado na cultura brasileira um papel muito parecido com o que os citados desempenharam em suas respectivas praças. Enfim, Renato Russo já xingou um público de milhares de pessoas e depois saiu do palco no meio do show. Já deu vexame bêbado no Gates Pub em show dos outros que ele transformou em show dele sem pedir permissão pro artista ou pro público, que só faltou expulsá-lo do lugar. Usou e abusou de sua sexualidade para afrontar os puritanos e até mesmo os malucos. Sem se esquecer que ele ainda gravou um disco brega em italiano antes de morrer jovem. Biografia digna de um Teseu ou outro herói grego.
Digo isso porque o personagem Renato Russo, que já rendeu inúmeros álbuns póstumos, um dueto espírita com o Paulo Ricardo, um musical no teatro e também um especial da TV Globo, além de um livro sobre a música Faroeste Caboclo. Agora dará as caras na telona.
O filme Somos tão Jovens está previsto para 2009 e contará a história do líder da Legião Urbana entre os anos de 1976 e 1982. O início com o Aborto Elétrico, sua fase recém-resgatada de Trovador Solitário, e o momento em que se juntou a Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha para formar uma banda que venderia milhões de discos. Para o papel do cantor estaria escalado o ator Thiago Mendonça que interpretou o irmão do Zezé di Camargo em 2 filhos de Francisco.
E o interessante é que talvez não seja o único longa relacionado ao Renato Russo nos cinemas em 2009. As filmagens de Faroeste Caboclo, filme que contará a história da canção (e do livro) e que terá o roteiro assinado por Paulo Lins (Cidade de Deus), foram enfim liberadas após uma longa batalha judicial entre os produtores, a família do artista e a editora fluminense, Edições Musicais Tapajós, que absurdamente é a detentora dos direitos autorais da canção. Agora é esperar para ver esses pedaços da rica história do rock de Brasília na tela grande.

Uma boa semana para todos!

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Renato Nunes

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