20/12/2010

10 discos internacionais de 2010

por André X*

Fim de ano e é uma enxurrada de listas de top 10 daquilo, top 100 de outro. Não vou ficar de fora dessa e inicio aqui, no Feiçebuke, meus discos favoritos lançados em 2010. A maioria que tenho lido me deram a impressão que o ano foi muito fraco. Vide a do Estadão, por exemplo, totalmente tendenciosa, com um monte de obviedades pseudo-souls e escolhas padrões para jornalistas que querem se mostrar ligados.

Aliás, que bom que não sou jornalista, assim não tenho a obrigação de colocar o Arcade Fire em nenhuma lista a não ser naquela onde eu anoto o que não comprar. Mas, cada lista é reflexo da pessoa que a escreve, então não vale criticar muito. O que seria do amarelo se todos fossem daltônicos, né? Seguem, os top 10 de dois mil e 10.

1. Shit Robot – From the Cradle to the Grave.
Mesmo se a música não estivesse à altura da capa e do nome do disco, esse lançamento do DFA mereceria entrar na lista pela capa e o título. Sons analógicos, vocais secos, dançante, mas sem soar maçante. Foi um dos discos que mais usei para dirigir por Brasília em 2010. Nada de alegrinho, mesmo destinado às pistas. Tenho certeza que agradaria aos old-school electro freaks.

2. LCD Soundsystem – This is Happening.
Ok, esse tá em qualquer lista de fim de ano. Vi a menção tanto no Estadão, como no NME e no blog do Zé das Couves. Porém, contrariando Nelson Rodrigues, o disco é bom. Consigo ouvir muito Eno, da fase Here Come the Warm Jets, em todas as músicas e arranjos, mas deve ser paranóia minha, pois mais ninguém faz essa ligação.

3. Grinderman - 2. Segundo disco da banda paralela do Nick Cave. Parece um Jam session de roqueiros antigos tocando pelas suas vidas. Tudo coroado pelas excelentes e bem boladas letras no mestre cavernoso. Algum dia o Nick Cave ainda vai me decepcionar, mas por enquanto só tem acertado em cheio.

4. Time and Space Machine – Volume 3. Como os outros discos que trazem re-edits de músicas psicodélicas e malucas, esse é uma pérola. Guitarras distorcidas, barulhinhos esquisitos, vocais hipnotizantes e, ainda por cima, feito para animar festas, manter os malucos na pista de dança. Altamente recomendado.

‎5. The Phanthom Band – The Wants. O segundo disco dessa banda escocesa que teima em elevar o nível do indie rock. Para ser ouvido bebendo um bom scotch. Dessa vez, acertaram em cheio com a utilização de umas bases programadas, mas sem perder o ar highlander. Fica melhor a cada ouvida.

6. The Soft Pack. Esses americanos se chamavam The Musslims. Por razões óbvias, mudaram de nome. Não se deixe enganar por esses carinhas vestidos como caretas, com direito a suéter sobre os ombros (arg!). Indie rock americano como não se fazia desde Husker Dü.

7. Moon Duo – Escape. Sonic guitar trip para aqueles que gostam de um mantra sônico e barulhento. Repetitivo somente se você não estiver na onda certa. Só quatro músicas? Não! Quatro viagens pelo cosmo de seu consciente.

‎8. Aeroplane – We Cant’t Fly. Depois de remixar muita gente < (Grace Jones ("William's Blood"), Friendly Fires ("Paris"), Sebastien Tellier ("Kilometer"), entre outros>, ganhando destaque como mestres produtores, esse duo belga lança seu primeiro LP. É eletrônico, sim, mas tem umas guitarras que deixariam o David Gilmore com vontade de voltar ao primário.
 9. Jamaica – No Problem. Uma banda que lança uma música chamada I Love U2, que não tem nada a ver com a banda irlandesa e ainda coloca um sósia do Bono no clipe merece um destaque aqui. São franceses, beberam na fonte do Ed Banger e Daft Punks, mas tem um quê de rock.


10. Silver Columns – Yes, and Dance. Esse é um dos discos eletrônicos mais bem produzidos que ouvi recentemente. Muitos detalhes, muito cuidado nos arranjos, muita diversão.







* André X é, entre outras coisas, baixista-fundador da Plebe Rude e DJ.

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