Parecia uma viagem no tempo. Mais precisamente para o início dos anos noventa, quando a Feira de Música era a opção mais interessante para os roqueiros independentes. O Teatro Garagem do SESC foi palco para bandas e artistas que escreveram a história da música e da dramaturgia da cidade, sempre trazendo novidades para o público numeroso. Um templo da cultura candanga. A primeira noite do projeto Rock Sem Fronteiras, que acontecerá sempre na terceira terça-feira de cada mês, e que abrigou no teatro cerca de 150 pessoas. Dois ônibus ofereceram transporte gratuito de São Sebastião e Ceilândia, tudo parte do projeto.
A primeira apresentação da noite ficou por conta da banda Ravenna, mas o público ainda era tímido até a banda Etno entrar em cena. O clima esquentou e cada vez chegava mais gente. Até o momento em que a última banda da noite, Trampa, subiu ao palco e parecia liderar a pequena multidão de fãs declarados. A noite teve seu ápice quando Tiago Freitas (Etno) subiu ao palco com André Noblat (Trampa) e cantaram juntos a versão da música Haiti de Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Claro que todos sentem falta da época em que o Teatro Garagem tinha um barzinho e a moçada podia assistir aos shows tomando cerveja, mas nada ofuscou o brilho da festa. Sorte do tio que vende birita e cachorro-quente do lado de fora.
Com ou sem cerveja havia uma felicidade no ar, uma sensação de conquista de um espaço que já foi nosso e que agora volta para nossas mãos. É muito bom saber que em tempos de portas fechadas um lugar tão importante para a alma cultural do brasiliense foi reaberto para nossas bandas, e que logo no primeiro dia o público compareceu e prestigiou.
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Renato Nunes