02/12/2008

Pedra 90: 1 - Introdução aos 90's

Por Zeca Domingos
Vamos ver.... Sim, fiquei de falar sobre influências nos anos 90.
É meio foda afirmar que esta ou aquela banda era mais ou menos influente na década passada; Vou tomar como foco a minha banda do começo, Os Animais dos Espelhos e partir dela fazer algumas considerações sobre o que o povo ouvia. Mas não tudo! Até porque este povo me encontra na rua e me mete o cacete se eu afirmar que eles ouviam com certeza tais grupos.
Os Animais eram descaradamente 80's. A banda que me perdoe, mas pelo menos eram as minhas influências mais diretas naquele momento: Sisters of Mercy, Echo and the Bunnymen, Jesus and Mary Chain (estas duas últimas bem associadas ao guitarrista Bizerril); Siouxie and the Banshees (influência natural da Raquel); Dead Kennedys e outras coisas de hardcore legal, especialmente o norte-americano tipo Minor Threat. E é claro todo tipo de música pesada: de Slayer a Einstuarzende Neubauten. Este último, aliás, era, junto com DK, dos preferidos dos Snevols (hahahahahaha... depois eu conto esta história!).
Mas o link dos Animais com os anos 90 e a sintonia com as bandas concentrava-se, em meu ponto de vista, em pelo menos três bandas: Pixies, Sonic Youth e mais pra metade da década, Ministry.
Como eu disse existiam e ainda existem uma porrada de bandas que o povo ouvia nos anos 90. Só vou citar algumas pra nego não ficar depois falando que eu só tenho papo: Bad Brains, DRI, Agnostic Front e Sucidal Tendencies pra galera HC/punk rock da linha DFC e Os Cabeloduro - grandes representantes da cena porrada da época mas de forma alguma os únicos; Babes in Toyland (que era uma banda do chamado Riot grrls do underground norte americano), por exemplo era cover das minas do Kaos Klitoriano;
Na linha das guitar bands, o forte era o chamado indie rock inglês com bandas do naipe do My Bloody Valebntine (que marcou bastante as guitarras do Milani dos Políbias e do Bizerril dos Animais), Ride, SlowDive e tantas outras que muita gente tentava imitar...
Música eletrônica, no início era muito pouco bem quista entre os roqueiros - que aliás tem uma receptividade muito mais diferente hoje em dia. Bandas que usavam artíficios eletro-eletrônicos sempre foram mal aceitas. É claro que eu não estou falando de bandas como Nine Inch Nails e a bola da vez deste texto, o Ministry.
É bem verdade que o Ministry começou meio fresquinho - se me permitem esta pequena comparação homofóbica - no início dos anos 80: Lançou uns albuns na linha EBM (eletronic body music - vide caras tipo FRONT 242 e Front Line Assembly). O bicho pega mesmo em 88 quando eles lançam o Land the Rape and Honey, mmmuuuuiiiitttto mais pesado mesmo. Baixa aí um som chamado STIGMATA pra vocês entenderem o que eu estou falando. Era o que os americanos chamavam de Industrial - um rótulo que abrangia tudo que era porrada, pesado e com uso de novidades eletroincas. O pessoal do Neubauten, dizia-se, achava este rótulo ridículo como todos os outros mais. E convenhamos, se você já ouviu Hermeto Pascoal e Neubauten, saca que experimentações com lixo industrial é um pouco mais que Ministry.
Mas estavamos falando de Stigmata. O som é totalmente eletrônico, com rufadas de bumbo num pitch altíssimo e samplings ( pedaços retirados de outras composições e mexidas ) de várias procedências. Este modelo de som ficou - sempre na minha opinião - mais conhecido com More Human Than Human do White Zombie de 1995. O grande lance do Ministry ficou na minha impressão que todo mundo começou a adimitir que sons pesados e metálicos eram legais. Tanto é que as bandas de guitar tinham suas músicas com acelerações de ritmo e aumento de peso: Succulent Fly em Lesbian; Sunbusrt em Speed Racer; Oz em sua versão de Walk Like an Egypcian e Tres bien mon ami; Divine em Exu Beat; e por aí vai...
Mas o pior , ou melhor, do Ministry ainda estava por vir: A Mind is a Terrible Thing to Taste e PSALM 69, respectivamente de 89 e 92. Putaquepariu. A vida tornou-se muito mais divertida. Imagine que no começo dos anos noventa a popularização do som pesado veio de tal forma que, tocava-se Thieves do Ministry em boatezinhas na rua do Gates. E todo mundo dançava e pogava. Algo hoje inimaginável graças crescente frescurização das pistas de dança alternativas - as pessoas vão pra azarar e não vão ouvir coisas novas e divertidas....
O disco de 89 tinha só pedras: Thieves; Burning Inside; e é claro So What, com um baixo poderosísimo!
Mas em 1992 o fim do mundo chegou: PSALM 69 com tres lindas coisas: Jesus Built my Hotrod, TV 2 e New World Order. Impagáveis obras- primas de som pesado nas paradas de sucesso. hahahahaah. 
Jesus Built tinha a participação do vocalista de outra banda bastante ouvida por alguns daquela época, Butthole Surffers .Como é a música? Bem, foi -se comentado que a tal composição era o Ace of Spades dos anos 90.
Acho que eu falei demais! Semana que vem vou falar sobre o Sonic Youth e, na medida do posível, falar mais de bandas daquela época. Um abração!

Não fique só lendo essas besteiras, baixe estes sons!!!!!!!!

N.E.: As fotos que ilustram a postagem são do Sonic Youth, Pixies, Dead Kennedys, do segundo álbum do Lard (formado por integrantes do Ministry e Dead Kennedys) e da banda Babes in Toyland.

Um comentário:

  1. Eu acho que ainda tenho a edição antiga da revista Bizz,que contém essa 'pérola' de afirmação improvável,de que essa música do Ministry era a Ace of Spades dos 90,só não me lembro do nome do brilhante jornalista,que disse tamanha asneira.

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Renato Nunes

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